Lançamentos imobiliários antecipam as tendências da moradia no futuro

Praticidade, apartamentos compactos e o compartilhamento de ambientes são as tendências do mercado imobiliário para a próxima década. Alguns lançamentos já começam a incorporar essas ideias.
No Maison Laranjeiras, lançado pelo Opportunity Fundo de Investimento Imobiliário em parceria com a Schipper Engenharia, haverá um Espaço Delivery para receber e armazenar encomendas, inclusive refrigeradas.
— Com a chegada dos aplicativos de entrega, as compras pela internet têm sido a escolha da grande maioria dos consumidores que pedem desde pequenos produtos, refeições e até compras de supermercado. O morador poderá programar do trabalho a entrega do seu jantar, por exemplo, e quando chegar, bastará pegar na portaria — explica Jomar Monnerat, diretor do Opportunity.
As moradias do futuro deverão ser como os espaços de escritórios compartilhados de hoje, acredita Marcel Galper, gerente de Vendas da Precisão Vendas:— Ou seja, as pessoas vão compartilhar áreas de serviço para lavagem de roupas e até salas de visita. Os apartamentos em si deverão ser somente para as pessoas passarem a noite e utilizarem o banheiro. Fora desse ambiente tudo deverá ser compartilhado. Essa questão de domínio único do imóvel deverá mudar com o tempo.
O condomínio Life 360 Residences, na Freguesia, dasconstrutoras Calçada e Montserrat, segue essa tendência oferecendo bicicletas compartilhadas e sala de ferramentas.— Em tempos de Airbnb, Netflix e Uber surgem modelos de moradia para atender a novos comportamentos da sociedade, cada vez mais conectada. Buscamos formas simples e eficientes de facilitar o dia a dia do morador — afirma Bruno Oliveira, gerente de marketing da Calçada.
Mas será que estes equipamentos não encarecem a taxa de condomínio? Maurício Corrêa, diretor comercial da Incorporadora Jeronimo da Veiga, afirma que a maioria não onera o moradores. Segundo ele, alguns custos são até reduzidos.
— As academias dentro do prédio, por exemplo, permitem que os moradores contratem “professores compartilhados” e gastem muito menos. Já as bicicletas e oficina compartilhada permitem ter um serviço à disposição sem nenhum custo e nem a necessidade de comprar o bem.
Nos lançamentos da Mozak também há a oficina de reparos, além de pontos de recarga para veículos elétricos. Para Carolina Lidner, diretora comercial, o uso dos aplicativos de compartilhamento de carros reduzirá o número de carros na garagem, com impacto direto nos projetos.
—A construção de menos subsolos (ou nenhum) se refletirá em mais espaço para as áreas de lazer e serviços, ou para a construção de unidades residenciais. Isso poderá até reduzir de custo da obra —afirma ela, que prevê novidades ainda mais radicais. — Será o compartilhamento de roupa, utensílios domésticos, entre outros. Isso fará com que as pessoas necessitem de cada vez menos espaço para armários. Assim, será possível reduzir o tamanho dos apartamentos, sem que o usuário perca a qualidade. Quanto menor a unidade, menor o custo final.
Com a nova lei do solo aprovada este ano, o Rio já pode lançar apartamentos menores.
—Em São Paulo, foram lançadas mais de 28 mil unidades compactas nos últimos cinco anos. Para 2020, a Concal pretende lançar no Rio cinco empreendimentos com unidades compactas, sendo três na Zona Sul e dois na Zona Norte — afirma José Conde Caldas, presidente da empresa.
Na Tegra, uma tendência é ouvir o cliente para identificar preferências de acordo com as alterações de rotina e de hábitos. Nos mais recentes lançamentos, algumas medidas sustentáveis como tomada para carros e bicicletas elétricos nas garagens e placas solares foram adotadas por sugestão dos consumidores, diz Alexandre Fonseca, diretor geral da Tegra Incorporadora no Rio.